Cerca de 40 mil crianças e adolescentes vivem em
abrigos em todo o país. Número de pretendentes a pais passa de 28 mil.
Adotar
uma criança implica em enfrentar uma série de dificuldades, como os processos e
o tempo de espera. Segundo o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), criado pelo
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quase 40 mil crianças e adolescentes vivem em
abrigos em todo o país. Destes, 5. 240 estão aptos a serem adotados e esperam
que a justiça defina seu destino: voltar para a família biológica ou ser
encaminhados para adoção, como informa o Globo Comunidade.
(...)
A
funcionária pública Ângela Maria Azevedo Ramos e o marido estão inscritos desde
2007 no programa, mas a burocracia tem atrapalhado o sonho do casal. Ângela
disse que eles são o sétimo da fila, mas como os outros casais querem adotar
recém-nascidos, a fila está parada até que isso aconteça.
Ela não
faz questão de bebês. A funcionária pública contou ainda que já tem casa e até
o quarto para receber o futuro filho ou filha. A expectativa é grande. Assim
como a ansiedade, uma vez que eles não têm idéia de quando tudo isso sairá do
papel.
Segundo o CNA, que reúne informações sobre
crianças e jovens disponíveis para a adoção e pessoas interessadas em adotar, o
Brasil comemorou no dia 25 de maio o Dia Nacional da Adoção com 5.240 crianças
e adolescentes ainda à espera de uma nova família. O banco de dados acelera
procedimentos, facilitando o desenvolvimento de políticas públicas nesta área e
também permite o conhecimento da realidade dessas crianças e adolescentes. Além
disso, propicia maior transparência e segurança nos processos e o melhor
cumprimento dos melhores interesses das crianças e adolescentes.
Mais de
28 mil candidatos a pais
Segundo
levantamento do último dia 22, o número de pretendentes continua cinco vezes
maior que o de crianças e adolescentes aptos a serem adotados, com um total
28.041 inscritos em todo o país.
De acordo
com o levantamento, das crianças e adolescentes disponíveis para a adoção,
45,92% são pardas, 33,8% brancas e 19,06% negras. Um total de 77,16% dessas
crianças têm irmãos, sendo 35,99% com o familiar também inscrito no Cadastro
Nacional de Adoção.
O
relatório dos pretendentes, por sua vez, mostra que apenas 18,08% estão
dispostos a adotar irmãos. A maioria dos cadastrados (82,45%) deseja apenas uma
criança. Com relação à raça, 90,91% dos interessados aceitam adotar brancos,
61,87%, pardos e 34,99%, negros.
Segundo o
levantamento, 33,04% dos pretendentes querem adotar apenas meninas. A maioria
dos interessados também anseia por crianças com até 3 anos de idade. Eles
chegam a somar 76,01% dos cadastrados.
"A
diferença entre o número de pretendentes e o de crianças disponíveis é grande
justamente por causa do perfil exigido", constatou Nicolau Lupianhes.
De acordo
com o juiz, esse quadro vem se alterando, sobretudo a partir da nova Lei da
Adoção (Lei 12.010), de agosto de 2009. A norma introduziu uma série de
instrumentos que visam à conscientização dos interessados.
"A
adoção no Brasil não é a ideal, mas é satisfatória. Precisamos estruturar
melhor as varas da infância e juventude (responsáveis pelo procedimento), com
mais equipes técnicas e interdisciplinares. Precisamos também promover mais
cursos com os pretendentes com vistas a conscientizá-los. O maior entrave para
a adoção hoje é a exigência", reforçou o juiz.
Criado em
2008, o CNA possibilitou a inserção de 989 crianças e adolescentes em uma nova
família. É o que mostra a última consulta ao banco de dados. Atualmente, 228
processos de adoção se encontram em andamento.
Grupos
de Adoção
O Ministério Público orienta que aqueles que desejam adotar procurem as varas da infância da comarca em que residem, para dar início ao procedimento de habilitação, etapa prévia e necessária à adoção. Os grupos de adoção representam outro agente importante, por serem espaços destinados ao esclarecimento de dúvidas e troca de experiências entre adotantes e pretendentes à adoção, como o com o a Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção, pelos telefones (21) 2613-2042, (21) 2613-2042 ou (21) 2622-6968, (21) 2622-6968, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h.
Segundo o
MP, desde a implementação do Módulo Criança e Adolescente (MCA), em 2007,
verifica-se um aumento expressivo no número de ações propostas em favor dessa
população acolhida e uma redução expressiva no tempo de acolhimento de crianças
e adolescentes.
Outro
fato importante é após o MCA, passou a ser possível ao MP exercer de maneira
mais eficaz a fiscalização dos cadastros nacionais, no que se refere aos
registros referentes ao estado do Rio.
A promotora Gabriela Brandt, coordenadora do MCA, acredita que é fundamental divulgar a importância das adoções necessárias (tardio grupo de irmãos e de portadores de necessidades especiais).
A promotora Gabriela Brandt, coordenadora do MCA, acredita que é fundamental divulgar a importância das adoções necessárias (tardio grupo de irmãos e de portadores de necessidades especiais).
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