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Como se preparar psicologicamente para adotar uma criança - II

Como se preparar psicologicamente para adotar uma criança - II

1 de maio de 2012


Criança segura na mão do pai

Expectativas e Idealizações

Durante o "pré-natal" da adoção que é o período de espera, os pais adotantes precisam aprender a lidar com as idealizações e as expectativas em relação à criança. É como um período de gestação. De concepção afetiva, acolhimento profundo e amor incondicional. A criança desejada mobiliza e motiva tornar este período mais leve e natural. Os adotantes podem aproveitar este tempo para pensar como organizar o espaço e os pertences. Tudo faz parte da dinâmica de espera, como um tempo precioso a ser vivido e não antecipado", acredita Mariano. "Neste momento é interessante que os pais façam um curso de capacitação, onde eles vão questionar suas expectativas e seu papel de cuidador. É como fazer um luto da criança idealizada e dar boas-vindas à criança real", recomenda Soraya.
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"Durante o período pré-natal, seja no processo de gestação biológica ou de adoção, os pais criam fantasias e idealizações em relação ao filho que está para chegar. Frustrações com o filho que não atendeu às expectativas não é condição exclusiva dos pais adotivos. Observo muitos pais que se decepcionam com as crianças e têm muita dificuldade para se relacionar com elas, mesmo sendo filhos biológicos. O que diferencia um filho biológico de um adotivo é que os adotivos chegaram por uma via diferente, com uma história pregressa. Preparar-se internamente e organizar o ambiente para receber uma criança é fundamental e saudável para que os pais adotantes possam realizar a função materna e paterna com segurança e serenidade", explica Cynthia Boscovich, psicóloga do Cuidado Materno, trabalho desenvolvido por ela para atender pais e crianças biológicas e adotivas.
Outro problema é que muitos adotantes ficam com medo de não conseguir ser um bom pai ou uma boa mãe. "Essa é uma questão que acomete muitos pais, biológicos e adotivos. Toda filiação é antes de tudo uma adoção. As famílias adotivas são semelhantes às biológicas, pois investem afeto e amor na relação com os filhos, além de assumir as responsabilidades pelos cuidados que deverão prestar a eles. Para isso, precisam estar preparados para recebê-los, o que pode acontecer de várias formas e o processo terapêutico pode ser muito valioso nesse momento", aconselha a psicóloga.
"O cotidiano e a prática demonstrarão caminhos e aprendizados de como assumir a paternidade e a maternidade. É necessário permitir que a criança participe deste processo dos adotantes para se sentirem bons pais. Não há uma receita prévia, existe conhecimento, cultura, convívio social, regras, limites, projetos, buscas, sonhos e realizações. Não tem porque ter medo de ser feliz", ressalta Mariano.

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